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Emilinha Borba, estrela que faria 100 anos, brilha eterna como voz do Carnaval e da era do rádio

Missa encomendada por fã-clube e remake de clipe de 1954 festejam o centenário de nascimento da cantora carioca.

Emilinha Borba, estrela que faria 100 anos, brilha eterna como voz do Carnaval e da era do rádio
Emilinha Borba, estrela que faria 100 anos, brilha eterna como voz do Carnaval e da era do rádio (Foto: Reprodução)



♪ MEMÓRIA – Quando entram em pauta as cantoras brasileiras da era do rádio, os primeiros nomes vindos à mente são quase sempre os de Emilinha Borba (31 de agosto de 1923 – 3 de outubro de 2005) e Marlene (1922 – 2014), tanto pela histórica rivalidade entre ambas – fruto de ação de marketing que eventualmente transbordou para o cotidiano das artistas – como pelo fato de as duas cantoras ainda serem a mais completa tradução daquela época de auditórios inflamados e paixões arrebatadas de fãs que eram seguidores muito antes deste termo se popularizar com as redes sociais.

A carioca Emilinha Borba – nascida Emília Savana da Silva Borba no mítico bairro de Mangueira, um dos berços do samba da cidade do Rio de Janeiro (RJ) – faria 100 anos hoje, 31 de agosto de 2023.

Fora de cena há 18 anos, a estrela brilha eternamente como uma voz do Carnaval e da era do rádio, aos quais sempre permaneceu associada ao longo da carreira iniciada na adolescência como metade da dupla As Moreninhas, formada com Bidú Reis (1920 – 2011).

Em carreira solo desde 1938, Emilinha Borba começou a gravar discos em 1939 pela gravadora Columbia, no rastro da explosão da pioneira Carmen Miranda (1909 – 1955), e logo se consagrou como uma das cantoras mais populares do Brasil.


A voz de Emilinha animou muitos Carnavais com as gravações de marchas como Escandalosa (Djalma Esteves e Moacyr Silva, 1947), Chiquita Bacana (Braguinha e Alberto Ribeiro, 1949), Tomara que chova (Paquito e Romeu Gentil, 1951), A água lava tudo (Paquito, Romeu Gentil e Jorge Gonçalves, 1955) e Vai com jeito (Braguinha, 1957).

Contudo, nem tudo foi folia na discografia de Emilinha Borba. Também existiam as chamadas “músicas de meio ano”, expressão usada para designar os sucessos românticos lançados fora da temporada carnavalesca.

Nessa seara, coube a Emilinha apresentar o bolero Se queres saber (Peter Pan, 1947) – música que gerações posteriores conheceram na voz de Nana Caymmi em gravação feita 30 anos após o registro original de Emilinha – e popularizar no Brasil em 1951 outro bolero, Dez anos, versão em português, escrita por Lourival Faissal, de Diez años, tema de autoria do compositor porto-riquenho Rafael Hernández (1892 – 1965). Gal Costa (1945 – 2022) regravaria Dez anos em 1979.

O reinado de Emilinha Borba durou até 1965, ano em que a cantora foi eleita a Rainha do Quarto Centenário da Cidade do Rio de Janeiro e ano em que estourou com a marcha Mulata iê-iê-iê (João Roberto Kelly). Mais conhecida como Mulata bossa nova, a marchinha foi o último grande sucesso de Emilinha, sucedendo o êxito da Marcha do remador (Antônio Almeida e Oldemar Magalhães), gravada pela cantora em 1963 para o Carnaval de 1964.


Ainda assim, mesmo fora das paradas e dos holofotes, Emilinha Borba permaneceu no imaginário nacional como cantora popular, a eterna Favorita da Marinha, um dos títulos lhe outorgados no período áureo da carreira.

Até por isso o centenário de nascimento da estrela do rádio está sendo festejado com missa encomendada pelo fã-clube da artista e com a edição, pelo Museu da Imagem e do Som (MIS), do remake do clipe de Aí vem a Marinha (Moacyr Silva e Lourival Faissal, 1954), música gravada por Emilinha com a Banda do Corpo de Fuzileiros Navais.

O clipe foi refeito com recursos de inteligência artificial para saudar a memória de cantora que marcou época na música brasileira. Emilinha Borba vive!

FONTE: G1 (Por Mauro Ferreira)

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